Gestão de transporte se consolida como fator estratégico, mostra estudo

Pesquisa revela que 81% das empresas veem o transporte como diferencial competitivo. Apenas 17% afirmam estar totalmente automatizadas.
A gestão de transporte ganhou relevância e passou a ser considerada estratégica para empresas que atuam em logística, segundo a 9ª Pesquisa Anual Global de Referência em Gestão de Transporte, realizada pela Descartes Systems Group com 616 companhias dos Estados Unidos, Canadá e Europa Ocidental.
O levantamento aponta que 81% dos embarcadores e provedores de serviços logísticos consideram a gestão de transporte um diferencial competitivo, o maior índice desde o início da pesquisa. Em contrapartida, apenas 19% enxergam a atividade como um serviço básico ou de pouca importância.
Apesar da valorização, o estudo mostra defasagem tecnológica. Apenas 17% das empresas afirmam ter processos totalmente automatizados, enquanto mais de um terço ainda depende de tarefas manuais. A diferença é clara entre companhias com melhor desempenho financeiro — 51% delas já estão totalmente automatizadas — e as que têm resultados abaixo da média, nas quais apenas 5% alcançaram esse patamar.
A pesquisa também revela alta adoção de inteligência artificial generativa: 96% das empresas já utilizam a tecnologia em atividades como entrada de dados (41%), otimização de rotas e cargas (39%) e previsão de fretes com pareamento automático de cargas (35%). As que não adotaram a tecnologia são mais propensas a considerar a gestão de transporte apenas um “mal necessário” e não projetam crescimento relevante nos próximos dois anos.
Outros pontos destacados pelo estudo incluem:
- Investimentos em TMS: 80% das empresas planejam ampliar gastos de TI em sistemas de gestão de transporte, priorizando desempenho, visibilidade e roteirização.
- Segurança em alta: monitoramento de transportadoras, seguros e prevenção a fraudes aparecem entre as três principais funcionalidades esperadas dos sistemas.
- Crescimento previsto: 72% das companhias projetam pelo menos 5% de aumento na receita anual nos próximos dois anos.
Segundo Mike Hane, diretor de marketing de produto em gestão de transporte da Descartes, os resultados indicam que o setor está em transição de uma visão do transporte como centro de custo para um motor estratégico de valor ao cliente.